Uma criação bombástica

Se há um setor do vestuário em que o Brasil é líder incontestável, sem dúvida é o de traje de banho. Além de ser o país que mais fabrica, também é o que mais consome esse tipo de vestuário. 

O Brasil avançou em tecnologia e modelagem, ao longo dos anos, por isso, o traje de banho brasileiro é muito valorizado nacional e internacionalmente. Especialmente, em se tratando do biquíni  brasileiro, que tem a fama de ser ousado, sensual e criativo. Fatores esses que o diferencia dos outros biquínis fabricados em outros países.

Apesar de toda a vocação natural do Brasil, levando-se em consideração a extenção litoral (que tem mais de 7 mil km de praia), o clima e a característica sócio-cultural do povo brasileiro, favorável aos trajes de banho, o biquíni não é uma invenção nacional.

Ele foi criado na França, em 1946, pelo estilista francês Louis Réard. As duas peças diminutas possuem o nome de biquíni devido ao nome do pequeno atol de Bikini, onde eram realizadas explosões atômicas experimentais. A intenção era comparar os efeitos da exibição dos contornos femininos em público aos efeitos causados por uma bomba nuclear.

E o efeito foi, de fato, tão bombástico, que, segundo a editora de moda Diana Vreeland, o biquíni é considerado uma das mais importantes invenções do século XX.

Apesar de toda a euforia em torno da nova peça do vestuário, o biquíni não emplacou de cara. Por questão de pudor, as mulheres não se aventuraram a usar a pequena peça em público nos primeiros tempos. A resistência foi tanta, que nenhuma modelo quis participar da divulgação do novo traje de banho. A única corajosa foi a estripper Micheline Bernardini.

  O primeiro modelo de biquíni era de algodão, com estamparia imitando a página de um jornal. Para os padrões da época, o modelo era um grande escândalo. Mas, se comparado aos de hoje em dia, ele era muito comportado.